terça-feira, 6 de abril de 2010

Vinicius de Moraes

Figura incólume na minha reles existência. Para mim os defeitos se tornam qualidades frente a sua grande contribuição cultural para o mundo. Não só a música, mas a poesia que está empregnada em todas as melodias. Grande Homem.
Ele trouxe para mim, e para muitos, que se deleitam com a boa Bossa.
Há 50 anos, aproximadamente, uma batida de violão, um jeito manso de cantar, um namoro entre samba e jazz e uma poesia alegre se misturava, criando algo realmente diferente. Uma nova bossa que, na época, era como uma novidade charmosa, com o frescor da juventude...
Um pouco do muito que ele criou...

A Felicidade
Vinicius de Moraes
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

Nenhum comentário:

Postar um comentário